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Estudo AllowMe/OLX: fraudes digitais causam prejuízo de R$ 551 milhões em 2022

Redação AllowMe
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O prejuízo estimado com os golpes virtuais aplicados em 2022 no Brasil foi de cerca de R$ 551 milhões. Este é um dos dados de um levantamento feito em parceria do AllowMe com a empresa de comércio eletrônico OLX. 

O estudo analisou dados do mercado digital brasileiro, incluindo sites, apps e contas digitais, de janeiro a dezembro do ano passado, em uma base de cerca de 20 milhões de contas abertas em plataformas online.

Os eletrônicos foram a categoria mais visada pelos fraudadores. Smartphones estão no topo da lista dos produtos mais visados nas fraudes, representando 45%. Modelos da marca iPhone são os mais visados, com 72% dos casos na categoria. Videogames ficam em segundo lugar, com 16%, sendo os da marca PlayStation os preferidos dos golpistas, em 65% dos golpes desse tipo de produto. Computadores ficam em terceiro lugar, com 15% dos golpes.

As principais fraudes também foram mapeadas na análise. O golpe da compra confirmada, uma atualização do antigo golpe do envelope vazio, lidera os golpes no mercado digital, com 57% dos casos e um aumento de 75% em relação a 2021. Com o aumento das transações bancárias digitais, hoje o fraudador faz um falso comprovante de depósito com os dados da vítima e o  envia por e-mail ou aplicativo de mensagem, fazendo a pessoa acreditar que o valor já foi depositado e entregue o produto da venda. Quando a vítima percebe o golpe, o fraudador já está com o produto e deixa de responder as mensagens.

Falso anúncio aparece em segundo lugar na lista das fraudes mais aplicadas, com 37% dos casos e aumento de 52% em relação ao ano anterior. Roubo de dados fecha a lista em terceiro lugar, com 6%. Apesar do baixo percentual, em 2022 ocorreu uma tentativa de roubo de contas por minuto.

Perfil das vítimas

A maioria dos brasileiros que caíram em fraudes são homens (74%), contra 26% de mulheres, e 72% das vítimas têm até 31 anos. 

A região sudeste é a que mais teve fraudes confirmadas, com o estado de São Paulo liderando com 37%, seguido por Rio de Janeiro, 14%, e Minas Gerais, 8%.

“Aliar tecnologia com educação digital do usuário é a chave para ter um ambiente digital mais seguro. Os fraudadores atuam principalmente na falta de conhecimento dos usuários sobre os processos de compra e venda online para aplicar a engenharia social e enganá-los. Da mesma maneira que adotamos práticas seguras ao sair na rua, devemos fazer o mesmo no ambiente virtual”, adverte Beatriz Soares, diretora de produto da OLX.

Comportamento do fraudador

Ao contrário da imagem clássica que se tem dos golpistas, eles não agem sozinhos e nem de maneira desorganizada. Os golpes são praticados por associações criminosas que se articulam em rede, criam inúmeras contas falsas (utilizando dados válidos de pessoas) e tentam atrair o maior número de vítimas – seja com anúncios falsos ou com abordagens para a compra de itens anunciados por clientes legítimos.

“Os fraudadores costumam ser extremamente organizados e estão a todo instante buscando fragilidades de sistemas e momentos de desatenção dos consumidores para aplicarem golpes e escalarem seus ganhos. Obviamente que cabe às empresas a proteção das transações e da identidade de seus clientes, porém é de extrema importância a conscientização dos usuários quanto às práticas fraudulentas hoje em curso, até mesmo para que se protejam delas”, afirma Diana Herrera, gerente de Growth do AllowMe. 

Em 2022, 70% das tentativas de fraude aconteceram em horário comercial, sendo a quinta-feira o dia da semana com maior incidência. A cada hora, foram mapeadas, em média, 17 tentativas de fraude realizadas com dispositivos comprometidos, sejam eles celulares ou computadores. Em geral, estes aparelhos são assim identificados por estarem vinculados a uma série de perfis que utilizam técnicas para mascarar a sua identidade e/ou localização – como o uso de VPNs e outros recursos maliciosos – ou, ainda, por terem sido utilizados em fraudes anteriores.

Por fim, o levantamento ainda conclui que 83% das transações on-line em 2022 foram realizadas via celulares – dessas, 1% foi identificada como tentativa de fraude. Já quando consideradas as transações realizadas pelos usuários por meio de computadores (17% do volume total), as tentativas de fraude tiveram incidência três vezes maior, proporcionalmente, representando 3% delas. 

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