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A importância de ser um arauto da prevenção à fraude

Gabriel Glisson

Se você já assistiu a filmes que se passavam na Idade média, como Coração de Cavaleiro (2001) ou Coração Valente (1995), deve se lembrar da figura do arauto. Esse cargo era destinado aos homens com facilidade em comunicação, fazendo deles os responsáveis por levar as informações diretamente para coroa.

Entre as funções de um arauto estavam tarefas como realizar proclamações solenes, verificar títulos de nobreza, anunciar o início ou o fim de guerras, etc. Mas por que estou descrevendo as funções de um arauto se esse espaço é para falarmos de prevenção à fraude?

Bom, porque é esse o papel que temos que exercer quando o assunto são os golpes! Você deve passar a mensagem da prevenção para todo seu ciclo de convivência: no trabalho, na faculdade, aos amigos, para família, enfim, todas as pessoas que você conhece devem ser informadas sobre possíveis fraudes.

A gente que trabalha com prevenção à fraude sabe a importância de desconfiar de tudo, sabemos como funcionam os golpes, mas muitas vezes não compartilhamos com as pessoas. Na realidade temos que passar essas informações para frente, já que quanto mais pessoas souberem identificar um possível golpe, menos fraudes teremos rolando por aí.

Por exemplo, você já deve ter ouvido falar nos diversos golpes aplicados em plataformas de marketplace e, claro, nos famosos golpes do WhatsApp. Quem conhece esse tipo de golpe sabe que ele só acontece porque em nenhum momento a vítima desconfiou de que poderia estar caindo em uma fraude.

Recebeu uma mensagem de um potencial comprador falando que se interessou, mas gostaria de conversar pelo WhatsApp? Verifique! Alguém entrou em contato com uma promoção e pediu para você passar um código para confirmar o recebimento? Verifique! Recebeu um brinde de uma loja e precisa tirar uma foto com documento ao lado do rosto? Desconfie! Muitos golpes podem ser evitados apenas com uma simples verificação ou até mesmo desconfiança.

Mas, como eu já disse, não precisamos guardar essa desconfiança conosco. Espalhe a informação. Ficou sabendo de um golpe que rouba o WhatsApp? Divulgue. Conhece alguém que estava vendendo um produto em um site e acabou tendo os dados roubados após um fraudador entrar em contato se passando por comprador? Conte para os amigos!

Viu uma reportagem falando sobre um novo golpe na praça? Que tal enviar para o grupo de amigos no WhatsApp? Compartilhamos tantas coisas menos importantes, por que não enviar isso que pode fazer com que seus amigos ou familiares deixem de perder muita coisa – inclusive muito dinheiro!

Criar uma nova cultura

Precisamos falar sobre a importância de se criar uma cultura contra os golpes. Pense: você vai em algum lugar desconhecido e deixa sua carteira aberta sobre a mesa? Ou ainda, você sai de casa e deixa o portão e as portas abertas?

Provavelmente sua resposta para essas perguntas foi “é claro que não”! Pois é, isso acontece porque já temos uma cultura de que é mais seguro trancar as portas de casa ou não deixar a carteira exposta em um barzinho ou restaurante.

E é exatamente essa cultura que temos que criar quando o assunto é a prevenção à fraude. Será que existe mesmo a necessidade de colocar seu número de telefone e os dados de CPF e RG naquele anúncio?

“Nossa, mas aquele celular custa R$ 2 mil a mais na loja, olha que promoção maravilhosa!”. Amigos, será que esse desconto é real? Faz sentido um aparelho tão cobiçado custar tão a menos? Na melhor das hipóteses, entre no site oficial da empresa e pesquise se aquele smartphone realmente está em promoção – e isso serve para diversos anúncios.

Ou seja, a coisa mais importante é sempre desconfiar e estar atento a alguns sinais. Além disso, se possível, utilize uma ferramenta de segurança em seu computador ou smartphone e esteja sempre atento às notícias – os golpistas são criativos, sempre aparece uma fraude nova nos principais sites.

Por fim, seja um arauto da prevenção à fraude! Divulgue, conte para os amigos, fale com seu pai, sua mãe, seus irmãos. Espalhe as notícias, mostre que todos precisam estar atentos. Só assim vamos conseguir criar uma cultura contra os golpes on-line e diminuir cada vez mais os prejuízos gerados para quem cai nesses contos.

Artigo escrito por Gabriel Glisson

Gabriel Glisson é formado em Construção Civil, mas ainda na faculdade conheceu a área de prevenção à fraude e percebeu que ali estava seu futuro. Apaixonado por futebol, astrofísica, jogos e informação, atualmente atua como Analista de Segurança da Informação e Prevenção à Fraudes do AllowMe.

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