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Open banking entra em operação no Brasil: entenda o que isso significa

Redação AllowMe
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Ter conta salário em um banco, pagar as contas em outro e ainda separar um dinheiro destinado aos investimentos e aplicar em uma terceira instituição financeira. Já pensou conseguir tudo isso sem ter de enfrentar toda a burocracia envolvida? Pois a chegada do open banking, que enfim entra em sua primeira fase de operação a partir desta segunda-feira (1), vai permitir que o usuário faça isso e muito mais.

Vamos imaginar que você está querendo comprar um carro novo e vá até uma concessionária. Em vez de ter apenas a opção que o vendedor te apresenta, você recebe na tela do seu celular propostas de financiamento de diferentes bancos para que você possa escolher as parcelas e condições que melhor te atendam.

Esse é o conceito do open banking, abrir o leque de oportunidades para os clientes de instituições financeiras. Como diz o próprio Banco Central, o objetivo é promover um ambiente de negócios mais inclusivo e competitivo. Mas este exemplo descrito acima só ocorrerá daqui alguns meses, quando o open banking entrar completamente em vigor: são quatro fases, de 1º de fevereiro até 15 de dezembro de 2021, para que este conceito seja implementado totalmente por aqui.

Hoje, as instituições financeiras gerenciam a maioria dos produtos por meio de seus próprios canais e “guardam” os dados dos melhores clientes, não permitindo que outras instituições vejam seus hábitos, se fazem aplicações, se pagam as contas em dia, entre outros.

Com o open banking, você será dono dos seus dados financeiros

Com a implementação do open banking, o usuário se torna o proprietário de seus dados financeiros e pode utilizá-los para negociar com qualquer instituição financeira, sem burocracias.

Você pode até pensar: “mas os dados sempre foram meus!” Sim, em partes, você está certo. Mas alguma vez você já tentou fazer a portabilidade de contrato de empréstimo consignado de um banco para outro? Ou ainda mudar a conta-salário? Se a resposta foi sim, você sabe toda a burocracia envolvida.

O open banking se aproveita da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em setembro de 2020, para permitir que, desde que autorizado pelo correntista, as instituições financeiras compartilhem dados, produtos e serviços com outras instituições, “por meio de abertura e integração de plataformas e infraestruturas de tecnologia, de forma segura, ágil e conveniente”.

Mas como vai funcionar?

Com open banking, o Banco Central criou uma norma na qual as instituições financeiras só poderão trocar as informações de seus clientes por meio de API (Application Progaming Interface), evitando a utilização de formulários.

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Esse API funcionará como uma interface que permitirá que um sistema converse com outro. É basicamente o que acontece quando um usuário acessa um site na internet – o navegador dele está conversando com a API do servidor da página.

É este sistema que permitirá a troca de informações entre as instituições financeiras e possibilitará que fintechs e bancos menores possam oferecer serviços a clientes de bancos maiores – desde que, claro, esses clientes autorizem a liberação dos dados.

Confira o cronograma do open banking no Brasil

Na primeira fase do open banking, que se inicia neste 1º de fevereiro, as instituições financeiras classificadas como S1 (bancos grandes e médios, com porte igual ou superior a 10% do PIB do país) e S2 (porte igual ou superior a 1% do PIB) vão poder trocar dados gerais, como financiamentos e empréstimos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente. Ou seja, os dados de clientes ainda não serão movimentados.

Esta etapa, inicialmente, entraria em vigor em novembro de 2020, mas foi postergada devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 e do foco que era dado ao PIX, a plataforma de pagamentos instantâneos que havia sido lançada naquele mesmo mês.

Além da primeira fase do open banking, que se inicia em 1 de fevereiro, a novidade ainda contará com outras três fases que devem ser implementadas ao longo deste ano antes de entrar em total funcionamento no país.

A segunda fase está prevista para começar em 15 de julho. Nessa data as instituições poderão começar a trocar dados de transações e cadastros de clientes, como CPF e endereço, entre si, desde que o consumidor autorize, claro.

Já na terceira etapa, prevista para 30 de agosto, será permitido aos clientes que paguem suas contas ou façam transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, utilizando um aplicativo intermediário.

A quarta e última fase tem previsão de começar em 15 de dezembro deste ano. A fase final possibilitará o compartilhamento de dados financeiros dos clientes para outros produtos e serviços, como investimentos e até mesmo a conta salário.

O calendário foi divulgado pelo Banco Central e é passível de alterações.

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